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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Artigo: Embarcador, vale a pena ter frota própria?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Parece até um pouco fora de moda, mas muitas empresas têm questionado a viabilidade de ter ou não frota própria.

Na grande maioria das vezes a decisão de terceirizar ou não a frota é tomada com base nos "achismos" e como resposta a problemas recentemente vividos, envolvendo forte caráter emocional. Esse processo de tentativa e erro pode ser desastroso, e criar "traumas" ainda mais difíceis de serem superados dentro da empresa.

A decisão pela frota própria ou não deve levar em conta fatores qualitativos e quantitativos, portanto, deve ser resultado de um criterioso estudo de viabilidade técnico-econômico-financeiro.

Um dos pontos de partida para essa análise envolve aspectos estratégicos. Dispor de frota própria pode ser considerado uma competência essencial para a sua empresa?

Responda a essa importante questão considerando pelo menos três critérios:
1) com frota própria, poderei acessar a uma nova variedade de mercados, diferente do que é possível conseguir com parceiros especializados?
2) utilizando veículos próprios, criarei barreiras realmente consistentes em nível de serviço ou custos para dificultar a entrada de novos concorrentes diretos?
3) a frota própria contribuirá de forma decisiva para uma maior percepção de valor por parte dos meus Clientes?

As respostas às questões acima devem ser complementadas com uma análise qualitativa de prós e contras, considerando as duas hipóteses: frota própria x terceirização.

Vamos primeiro à frota própria, tratando de seus prós e contras.

A frota própria, sem bem administrada em seus recursos humanos e infra-estrutura, levará a um competitivo nível de serviço, expresso em maior pontualidade nas entregas, menores avarias, menores tempos de resposta e maior flexibilidade no atendimento aos Clientes. Com motoristas dedicados a rotas ou Clientes específicos, os resultados tendem a ser melhores, em função do relacionamento e do conhecimento das peculiaridades de cada operação.

Operar com frota própria permite um maior controle e visibilidade do processo de entrega. Contando com informação on line, real time, será possível minimizar a ocorrência de devoluções, re-entregas, entregas não realizadas, penalidades financeiras impostas por Clientes, multas diversas, etc.

Com frota própria, será possível acesso direto e irrestrito às informações que se originam dos clientes finais, permitindo a retro-alimentação de todo o sistema e a identificação de oportunidades para a melhoria contínua.

A gestão da frota própria garante também a manutenção da idade da frota e a sua conservação dentro dos parâmetros que a empresa julgar necessário.

Espera-se com a frota própria um menor turn-over e absenteísmo da equipe operacional. Isso ocorre em função de maiores vínculos criados entre empresa e funcionários e dos salários e benefícios pagos. Também com frota própria esperamos uma melhor qualificação técnica de motoristas e ajudantes, voltada para o negócio desenvolvido pela empresa.

A frota própria, por sua vez, exigirá a existência de uma "robusta" estrutura para a gestão de transportes em sua retaguarda, constituída de auxiliares, analistas, coordenadores e gerentes, envolvidos na contratação e retenção de pessoal operacional, na administração diária da rotina operacional e administrativa relacionada a transportes, na manutenção dos veículos, etc.

Também demandará uma grande quantidade de investimentos em ativos operacionais, infra-estrutura de apoio à operação, tecnologia e na capacitação da mão-de-obra. Além disso desviará parte da atenção de executivos da empresa para problemas não relacionados diretamente com seu core business.

Vamos agora à análise de prós e contras da terceirização logística.

Com um rigoroso processo seletivo e com um bom contrato estabelecido entre as partes, será possível obter todos os benefícios citados anteriormente na hipótese de frota própria.

A terceirização permitirá ainda à empresa concentrar todos os seus esforços em seu core business, normalmente voltado à produção e comercialização de produtos / serviços. Investir em frota própria poderá levar à perda no foco do negócio principal da empresa, além do direcionamento de recursos para atividades não essenciais da empresa, se assim julgar em sua análise estratégica.

Com a terceirização, será mais fácil para a empresa responder elasticamente à demanda por maior capacidade operacional, inclusive em períodos de forte sazonalidade de vendas, o que não poderá ser totalmente garantido na operação com frota própria, onde os recursos dos investidores poderão estar direcionados para a ampliação da capacidade produtiva, foco primário da empresa. Na operação com frota própria se tornará mais difícil (ou mais caro em função da capacidade instalada) o atendimento de "picos" operacionais.

Trabalhando com parceiros especializados, também será mais fácil ampliar o escopo geográfico e a atuação nos diferentes canais de distribuição existentes.

Feita uma análise estratégica e as considerações de cada uma das hipótese, por fim, será necessário realizar uma análise de viabilidade econômico-financeira, levando em conta os custos com a operação própria e a terceirização logística.

Para a obtenção de dados do mercado, recomendamos a realização de um estruturado processo de RFI - Request for Information e RFP - Request for Proposal envolvendo diversos potenciais transportadores do Brasil.

Para o cálculo do custo da operação própria será preciso buscar referências de custos junto a concessionárias de caminhões, sindicatos do setor de transportes, transportadoras, revistas especializadas, consultorias, etc.

Com todas essas informações reunidas, será possível tomar uma decisão amparada em critérios claros, realistas e objetivos, sem precisarmos partir para a tentativa e erro. Assim poderemos usufruir dos benefícios oriundos da adoção de uma correta estratégia operacional!

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